Laurie Anderson:"Toda a minha vida foi fazer coisas com beleza e sentido"

Com filme novo e banda sonora, Heart of a Dog marca o regresso da artista.
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Laurie demora-se no pequeno-almoço. Entre amigos e telefonemas para Paris, para onde segue depois de Lisboa. O dia límpido e o mar brilhante, azuis estonteantes no horizonte, entram pelo hall do hotel. Talvez a conversa que se antecipa no bloco-notas peça um ambiente menos vivo - e daí talvez não. Recordando as imagens que percorrem os momentos finais de Heart of a Dog - Coração de Cão, o filme que Laurie Anderson veio apresentar ao Lisbon & Estoril Film Festival, e as palavras que Lou Reed canta em Turning Time Around, talvez a conversa tenha de ter afinal aquele enquadramento, luminoso - e também a simplicidade de Laurie, 68 anos, artista, música, realizadora, desarmante no humor, olhar de menina, chávena larga de café na mão.

Recorde Lou Reed em Turning Time Around:

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Vamos a Paris, para início de conversa. Depois de Lisboa, a americana seguia para a cidade que, na sexta-feira anterior (a entrevista teve lugar no domingo, 15), vivia o terror de atentados que não olharam a quem, que atingiram gente num estádio, em restaurantes, num concerto. "Vou para Paris, era suposto fazer uma conferência sobre música para jovens músicos, que vêm de todo o mundo, mas cancelaram os concertos, o promotor do evento foi morto, mas decidi ir..." E acrescenta: "Toda a minha vida como artista temi este dia, em que pessoas viriam a um concerto para matar pessoas. Aconteceu na Califórnia, uma vez há muito tempo, mas nunca assim, nunca como terrorismo. Por isso tenho que pensar o que vou dizer, é demasiado complexo. "Como vivemos isto e como vamos responder a isto?"."

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